Prova - 2ª fase
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
SECÇÃO SÃO PAULO
125º EXAME DE ORDEM – 2ª FASE
PROVA 2ª FASE
DIREITO TRIBUTÁRIO
PONTO 1
A empresa Emporium ingressou em juízo com o
objetivo de afastar a alteração da base de cálculo da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social – COFINS, veiculada pelo art. 3o da Lei no
9.718/98, que equiparou o faturamento à receita bruta. A sentença de 1a
instância foi de procedência, tendo a União Federal interposto o competente
recurso de apelação. O Tribunal Regional Federal da 3a Região negou provimento
ao recurso de apelação da União Federal e à remessa oficial, sob o fundamento de
que o art. 110 do Código Tributário Nacional veda a equiparação do conceito de
faturamento ao de receita bruta, em acórdão assim ementado:
“TRIBUTÁRIO. COFINS. LEI 9718/98. ARTS. 2o E 3o. EQUIPARAÇÃO DA ESPÉCIE
FATURAMENTO AO GÊNERO RECEITA. ILEGAL ELASTÉRIO NA BASE DE CÁLCULO. VIOLAÇÃO DO
ART. 110 DO CTN. CONTENÇÃO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CONSTITUCIONALMENTE FIXADA
A PARTIR DE CONCEITO JÁ ESTABILIZADO NO DIREITO PRIVADO. DESNECESSIDADE DE
QUESTIONAMENTO EM NÍVEL CONSTITUCIONAL.
I. Leis complementares que veiculam normas gerais em matéria de legislação
tributária são normas sobre normas e têm por finalidade dar consistência ao
sistema tributário.
II. O art. 110 do CTN garante a preservação de uma tipicidade cerrada em relação
a hipóteses de incidência tributária cuja instituição a Constituição autoriza e
cujo conteúdo, ademais, o próprio texto constitucional prefigura.
III. Ilegalidade qualificada dos arts. 2o e 3o da Lei no 9.718/98, por afronta a
disposição da Lei no 5.172/66, a que inerente o valor de norma de lei
complementar.
IV. Com apoio no princípio iuri novit curia, o colegiado acolheu por fundamento
de ilegalidade ambos os pedidos da apelante, restando afastada a oportunidade de
se instaurar o incidente de argüição de inconstitucionalidade, previsto no art.
480 do CPC.”
O acórdão do julgamento da apelação foi publicado no Diário de Justiça do dia 27
de setembro de 2004, uma segunda-feira, sendo a intimação pessoal do procurador
da União realizada nesta mesma data. O procurador da União Federal interpôs
somente recurso extraordinário, em 28 de outubro de 2004, com os seguintes
fundamentos:
(i) o Tribunal Regional Federal não poderia afastar a aplicação da lei sem
declarar a sua inconstitucionalidade, o que somente poderia ser feito pela Corte
Especial do tribunal regional, nos termos do art. 97 da Constituição Federal; e
(ii) o art. 3o da Lei no 9.718/98 não é inconstitucional, porque somente
esclareceu o conteúdo do conceito de faturamento, equiparando-o ao de receita
bruta, inserindo-se, destarte, no art. 195, I, da Constituição Federal, em sua
redação original.
QUESTÃO: Como advogado da empresa Emporium, elabore a peça processual
adequada.
PONTO 2
A empresa Péricles Táxi Aéreo, proprietária de três aeronaves, recebeu a
notificação de lançamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
– IPVA relativo ao exercício de 2004, emitida pela Secretaria dos Negócios da
Fazenda do Estado de São Paulo. A empresa Péricles vendeu uma das aeronaves em
2003, tendo realizado o devido registro junto às autoridades aeroportuárias
competentes. Inconformada com a exigência do imposto, a empresa ajuizou ação
anulatória de débito fiscal em face do Estado de São Paulo, que foi julgada
improcedente pelo juiz de 1a instância. No julgamento da remessa oficial (art.
475 do Código de Processo Civil) e do recurso de apelação interposto pelo Estado
de São Paulo, a Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo manteve parcialmente a sentença recorrida, por maioria de votos,
pronunciando Acórdão com a seguinte ementa:
“TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES. AERONAVES.
1. O lançamento do imposto deve indicar o sujeito passivo previsto em lei. In
casu, o Apelante vendera uma de suas aeronaves antes da ocorrência do fato
gerador. Exigência descabida do imposto, no que tange à aeronave vendida.
2. A Constituição define, de forma genérica, o campo de competência dos
impostos. O termo “Veículo Automotor” abrange, como a expressão já o indica,
qualquer veículo que possua motor e se locomova. Inteligência do Art. 155, III
da Constituição Federal.
3. O art. 158, II da Constituição Federal é norma de Direito Financeiro,
irrelevante para a matéria tributária.
4. Recurso parcialmente provido. Vencido o Desembargador Fulano de Tal.”
QUESTÃO: Como advogado da empresa Péricles Táxi Aéreo, interponha o recurso
competente.
PONTO 3
Antes de ser editada a Lei paulista no 10.992, de 21 de dezembro de 2001, que
instituiu o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações de Quaisquer Bens
ou Direitos – ITCMD, José doa para seu primeiro filho, Antonio, ações de uma
empresa situada no Estado de São Paulo. José falece em 15 de janeiro de 2003,
portanto, depois da edição do novo Código Civil – Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de 2002. As ações que foram doadas para Antonio são levadas à colação no
processo de inventário, e foi recolhido o ITCMD sobre todos os bens arrolados no
inventário, inclusive os que haviam sido objeto da antecipação de legítima. Em
janeiro de 2004, Antonio lê uma entrevista de um advogado no jornal, que defende
a não-incidência do ITCMD nesta hipótese específica, de modo que os valores já
recolhidos poderiam ser restituídos ou compensados com outros débitos de
tributos estaduais.
Desta forma, Antonio consulta-o/a como advogado/a, para obter sua opinião legal
sobre o caso.
QUESTÃO: Elabore a medida judicial adequada para defender os interesses de
Antonio, redigindo a fundamentação e o pedido nos termos que entender
aplicáveis.
QUESTÃO PRÁTICA
Questão nº 1
O Governador do Estado de São Paulo propôs ação direta de inconstitucionalidade
contra a Lei no 9.085/95, daquele Estado. O diploma em análise dispõe sobre
incentivo fiscal para pessoas jurídicas que possuam empregados com mais de 40
anos e está assim redigido:
Art. 1o Fica instituído incentivo fiscal para as pessoas jurídicas domiciliadas
no Estado que, na qualidade de empregador, possuam pelo menos 30% de seus
empregados com idade superior a 40 anos.
§ 1o O incentivo fiscal de que trata esta lei corresponderá ao recebimento, por
parte da pessoa jurídica referida no caput deste artigo, de certificados
expedidos pelo Poder Público, correspondentes ao valor do incentivo, na forma a
ser fixada em decreto do Poder Executivo.
§ 2o Os portadores dos certificados poderão utilizá-los para pagamento dos
seguintes impostos:
1) sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, previsto no artigo
155, II, da Constituição Federal; e
2) sobre propriedade de veículos automotores até o limite de 15% do valor
devido, a cada incidência, que poderá ser ampliado, de forma progressiva,
segundo o número e a idade dos empregados.
§ 3o Anualmente, a Assembléia Legislativa fixará o montante global a ser
utilizado como incentivo, respeitados os limites, mínimo e máximo, de 1% e 5%,
respectivamente, de receita proveniente daqueles tributos.
§ 4o Os benefícios de que trata esta lei deverão ser previstos na elaboração do
projeto de lei orçamentária.
(....)
O autor da ação aduz que esta norma viola o disposto nos artigos 5o, caput, e
7o, XXX, da CF, na medida em que é inegável que o incentivo financeiro- fiscal
desencadeia, ou pode acarretar, a preferência de, pelo menos, significativo
segmento do mercado de trabalho pelos trabalhadores com mais de 40 anos de idade
e que o encorajamento, excitado pelo benefício tributário, por certo estabelece
uma segregação não permitida pela Constituição, sobretudo quando a lei, animado
desmesuradamente o efeito financeiro, admite, em relação ao imposto sobre a
propriedade de veículos automotores, sua ampliação de forma progressiva, segundo
o número e a idade dos empregados. Aduz, ainda, que a lei em comento fere o
princípio federativo, já que o tema não foi objeto de deliberação do Conselho
Nacional de Política Fazendária – Confaz.
É admissível a pretensão do autor quanto às ofensas aos dois princípios
constitucionais
alegados? Fundamentar.
Questão nº 2
Observe o seguinte trecho do Voto-Vista pronunciado pelo Ministro Humberto Gomes
de Barros, quando do julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial no
382.736-SC:
Outra razão, que adoto como fundamento de voto, finca-se na natureza do Superior
Tribunal de Justiça. Quando digo que não podemos tomar lição, não podemos
confessar que a tomamos. Quando chegamos ao Tribunal e assinamos o termo de
posse, assumimos, sem nenhuma vaidade, o compromisso de que somos notáveis
conhecedores do Direito, que temos notável saber jurídico. Saber jurídico não é
conhecer livros escritos por outros. Saber jurídico a que se refere a CF é a
sabedoria que a vida nos dá. A sabedoria gerada no estudo e na experiência nos
tornou condutores da jurisprudência nacional.
Somos condutores e não podemos vacilar. Assim faz o STF.
Nos últimos tempos, entretanto, temos demonstrado profunda e constante
insegurança.
Vejam a situação em que nos encontramos: se perguntarem a algum dos integrantes
desta Seção especializada em Direito Tributário, qual é o termo inicial para a
prescrição da ação de repetição de indébito nos casos de empréstimo compulsório
sobre aquisição de veículo ou combustível, cada um haverá de dizer que não sabe,
apesar de já existirem dezenas, até centenas de precedentes. Há dez anos que o
Tribunal vem afirmando que o prazo é decenal (cinco mais cinco anos). Hoje,
ninguém sabe mais. (...)
O Superior Tribunal de Justiça existe e foi criado para dizer o que é a lei
infraconstitucional. Ele foi concebido como condutor dos tribunais e dos
cidadãos. Em matéria tributária, como condutor daqueles que pagam, dos
contribuintes. (...)
Nós somos os condutores, e eu – Ministro de um Tribunal cujas decisões os
próprios Ministros não respeitam – sinto-me triste. Como contribuinte, que
também sou, mergulho em insegurança como um passageiro daquele vôo trágico em
que o piloto que se perdeu no meio da noite em cima da Selva Amazônica: ele se
virava para a esquerda, dobrava para a direita e os passageiros sem saber nada,
até que eles de repente descobriram que estavam perdidos: O avião com o Superior
Tribunal de Justiça está extremamente perdido. Agora estamos a rever uma Súmula
que fixamos há menos de um trimestre. Agora dizemos que está errada, porque
alguém nos deu uma lição dizendo que essa Súmula não devia ter sido feita assim.
Nas praias de Turismo, pelo mundo afora, existe um brinquedo em que uma enorme
bóia, cheia de pessoas é arrastada por uma lancha. A função do piloto dessa
lancha é fazer derrubar as pessoas montadas no dorso da bóia. Para tanto, a
lancha desloca-se em linha reta e, de repente, descreve curvas de quase noventa
graus. O jogo só termina, quando todos os passageiros da bóia estão dentro do
mar. Pois bem, o STJ parece ter assumido o papel do piloto dessa lancha. Nosso
papel tem sido derrubar os jurisdicionados.
O Voto acima foi proferido por ocasião de um julgamento, no qual se discutia, em
síntese, a revisão da Súmula 276/STJ,
cujo enunciado é:
As sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas da Cofins,
irrelevante o regime tributário adotado.
A revisão, proposta pelo Relator, Ministro Castro Meira, daria à Sumula a
seguinte nova redação:
As sociedades civis de prestação de serviços profissionais, até o advento da Lei
no 9.430/96, são isentas da Cofins,
irrelevante o regime tributário adotado.
Qual a controvérsia jurídica existente anteriormente à edição da Lei no
9.430/96, que levou à edição da Súmula 276, e porque depois se iniciou novo
debate, acerca da questão mencionada?
Questão nº 3
Empresa fabricante de sorvetes, sediada na Capital do Estado de São Paulo,
resolve abrir uma filial na Capital do Estado do Rio de Janeiro, que se
encarregará da distribuição de sorvetes a vendedores autônomos. Como é comum
nesse ramo de atividades, a empresa possui carrinhos de sorvete, de sua
propriedade, que são cedidos a autônomos (os sorveteiros), para o transporte de
sorvetes a serem vendidos nas praias. A fim de iniciar as operações da nova
filial, a empresa remete ao novo estabelecimento 200 carrinhos de sorvete
adquiridos em junho de 2003 pelo estabelecimento paulista de um fornecedor
local. Como a demanda, na alta temporada, superou em muito a expectativa
inicial, o estabelecimento paulista transfere outros 100 carrinhos, adquiridos
em 1o de janeiro de 2001.
Tendo em vista a legislação do ICMS, apresente as conseqüências, para o
estabelecimento paulista, de ambas as operações.
Questão nº 4
Pessoa jurídica, sediada no Brasil, efetua uma remessa de R$ 1.000,00 a
empresa sediada nos Estados Unidos, a título de aluguel do imóvel que a primeira
ocupa, no Brasil. O valor acima referido é o efetivamente remetido, i.e., o
valor que foi recebido, em moeda corrente, pela locadora. Informada de que
haveria incidência de imposto de renda na operação, e já não mais tendo como
cobrar o imposto da locadora, decide a locatária assumir o ônus do imposto,
solicitando que você informe o montante que deverá ser recolhido, no Brasil.
Apurar o montante de imposto devido sobre a apuração (não será exigido o
acerto do cálculo aritmético, desde que indicada, com exatidão, a operação).
DIREITO CIVIL
PONTO 1
José Pedro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, vendeu, em 15 de
maio de 2003, por R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), um automóvel a André
Luiz, residente e domiciliado na cidade de São Paulo. José Pedro recebeu um
sinal, no valor de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais), e firmou com
André Luiz documento escrito, no qual este último comprometia-se a pagar o
restante do preço devido, mediante depósito em dinheiro a ser efetuado direto na
conta corrente de José Pedro, em três parcelas, cada uma no valor de R$ 5.500,00
(cinco mil e quinhentos reais), com vencimento para os dias 15 de maio, 15 de
julho e 15 de setembro de 2003. Ocorre, entretanto, que José Pedro, até o
presente momento, não recebeu qualquer das parcelas avençadas, muito embora
tenha se esforçado para tanto, constituindo portanto em mora o devedor. De
assinalar-se que o documento foi assinado somente pelas partes.
QUESTÃO: Como advogado de José Pedro, tome a correta providência judicial
para que seu cliente receba a quantia a que tem direito, com os acréscimos
devidos, ou constitua o título executivo.
PONTO 2
João é proprietário de prédio residencial
localizado no Bairro de Santana, na capital de São Paulo. O prédio vizinho ao
seu é de propriedade de Flávio, que reside na cidade de Campinas. Há dois meses,
Flávio iniciou a construção de uma edícula nos fundos de seu terreno. Ao invés
de implantar novos alicerces para a estrutura, Flávio aproveitou antigas colunas
que faziam parte do terreno, tornando temerária a construção, que ameaça cair
sobre o prédio de João.
QUESTÃO: Como advogado de João, promova a medida judicial cabível para obstar
a construção e garantir que o mesmo não terá prejuízos no caso de ruína dos
prédios.
PONTO 3
José Maria, residente e domiciliado em São Paulo,
comprou de Marco Antônio, residente e domiciliado em Campinas, uma imagem de
Santa Rita de Cássia, de 25 cm de altura, toda em ouro, pelo valor de R$
58.000,00. O pagamento foi feito à vista e em dinheiro e consta do recibo que a
imagem era inteiramente forjada em ouro 18k. Ao receber a imagem em sua
residência, entretanto, José Maria pôde conferir que a mesma não era em ouro
maciço, e sim forjada em um metal inferior e banhada a ouro. José Maria levou a
estátua a um especialista, que a avaliou em R$ 20.000,00. Então, José Maria
contactou Marco Antônio, que se recusou a devolver a quantia paga a maior.
QUESTÃO: Sabendo que José Maria deseja ficar com a imagem, como seu advogado,
tome a providência judicial indicada para que o mesmo receba a quantia paga a
maior, obtendo, assim, abatimento no preço.
QUESTÃO PRÁTICA
Questão nº 1
Diferencie alimentos provisionais de alimentos provisórios. Fundamente
legalmente.
Questão nº 2
É possível a conversão da separação de corpos em divórcio? Justifique sua
resposta.
Questão nº 3
No que consiste a tutela específica das obrigações de fazer e de não fazer?
Indique a fundamentação legal.
Questão nº 4
À luz do Código Civil de 2002, diferencie União Estável de Concubinato, com
sua fundamentação legal.
DIREITO DO TRABALHO
PONTO 1
O empregador, ao comparecer pessoalmente, sem
advogado, à audiência de uma ação em que é cobrado o pagamento de adicional de
insalubridade, em grau máximo, sobre o salário efetivamente pago ao empregado,
aduz simplesmente nada dever ao empregado. Encerrada a instrução, sem produção
de outras provas, sob a alegação de falta de contestação específica dos fatos, é
proferida sentença de acolhimento do pedido, com condenação do empregador no
pagamento do adicional de insalubridade, em grau máximo, calculado, porém, sobre
o salário mínimo. O empregador, intimado da sentença e embora com ela não
concorde, não a impugna. O empregado, por sua vez, oferece recurso ordinário,
postulando a incidência do adicional de insalubridade sobre o salário que
efetivamente recebia.
QUESTÃO: Como advogado contratado pelo empregador, no momento em que recebida
a intimação para oferecer sua resposta, tomar a providência processual cabível
com vistas a afastar a sucumbência do reclamado.
PONTO 2
Empregado dispensado com justa causa ajuíza
reclamação postulando o pagamento, entre outros títulos, de férias vencidas. O
pedido é julgado totalmente improcedente, sob a alegação de que a gravidade da
falta praticada – agressão física a superior hierárquico – afasta a
possibilidade de qualquer crédito ao empregado, mesmo sob a rubrica de férias
vencidas.
QUESTÃO: Tendo o prazo legal decorrido sem a interposição de recurso,
apresentar a medida processual adequada para a defesa dos interesses do
empregado.
PONTO 3
José, inscrito em eleição para o cargo de diretor
do sindicato, é dispensado sem justa causa, tão logo comunicada a sua
empregadora do fato, recebendo todos os pagamentos previstos em lei, sem exceção
de nenhum.
QUESTÃO: Apresentar a medida processual adequada para a defesa dos interesses
de José.
QUESTÃO PRÁTICA
Questão nº 1
A ação de consignação em pagamento é compatível com o processo do trabalho?
Explicar.
Questão nº 2
É possível pactuar-se com o empregado bancário, sujeito a jornada de seis
horas de trabalho, a prestação de duas horas extras por dia, mediante acordo
feito no momento da celebração do contrato de trabalho?
Questão nº 3
Caso o empregado considere seu contrato de trabalho rescindido, imputando ao
empregador descumprimento de obrigação imposta por lei e cessando, de imediato,
a prestação de serviço, pode ainda pretender receber o pagamento de valor
correspondente ao aviso prévio?
Questão nº 4
Em audiência de instrução, pretendendo o reclamante ouvir, como testemunha,
pessoa com a qual mantém laços de amizade íntima, o que deverá fazer o advogado
do reclamado e em que momento deverá manifestar-se?
DIREITO PENAL
PONTO 1
João foi acusado de ter subtraído, no dia 5 de
janeiro de 2003, vinte mil dólares de seu pai, Fábio, com cinqüenta e oito anos
de idade. Houve proposta de suspensão condicional do processo, não aceita pelo
acusado. Ouvidas duas testemunhas de acusação, disseram que, realmente, houve a
subtração, por elas presenciada. O pai, vítima, confirmou o fato e a propriedade
dos dólares. Por outro lado, o acusado e duas testemunhas de defesa afirmaram
que os dólares não pertenciam ao pai do acusado, mas à sua mãe, que, antes de
falecer, os dera para o filho. Não foi juntada prova documental a respeito da
propriedade do dinheiro. O juiz, no dia 4 de janeiro de 2005, condenou João pelo
crime de furto simples às penas de 1 (um) ano de reclusão e 10 dias- ulta, no
valor mínimo, substituindo a pena de reclusão pela restritiva de direitos
consistente em prestação de serviços à comunidade.
QUESTÃO: Como advogado de João, verifique o que pode ser feito em sua defesa
e, de forma fundamentada, postule o que for de seu interesse por meio de peça
adequada.
PONTO 2
João foi acusado pelo Ministério Público de
praticar homicídio qualificado por motivo fútil porque disparou tiros que
atingiram Pedro, seu amigo, e causaram- he a morte, assim agindo porque este
cuspira, em brincadeira, no seu rosto. Na decisão de pronúncia, o juiz, além de
admitir a qualificadora do motivo fútil, acrescentou, ainda, a qualificadora da
traição porque, segundo a prova colhida, João mentira para Pedro, convidando-o
para almoçar em sua casa e, aproveitando-se de momento em que ele estava sentado
à mesa, atingiu-o pelas costas.
QUESTÃO: Como advogado de João, verifique o que pode ser feito em sua defesa
e, de forma fundamentada, postule o que for de seu interesse por meio de peça
adequada.
PONTO 3
O Ministério Público pleiteou a colocação de A,
que cumpre pena pelo crime de seqüestro, no regime disciplinar diferenciado, com
base no artigo 52 da Lei de Execução Penal, pelo período máximo de 360
(trezentos e sessenta) dias. O juiz indeferiu o pedido porque, no seu
entendimento, o regime disciplinar diferenciado, na forma em que foi definido,
fere princípios constitucionais. Intimado da decisão, o Ministério Público
interpôs agravo, juntando suas razões, após ter decorrido o prazo de oito
(dias), requerendo que fosse seguido o rito do agravo de instrumento do Código
de Processo Civil. Processado o recurso, o Tribunal de Justiça deu provimento ao
agravo e determinou a inclusão do preso no regime diferenciado.
QUESTÃO: Como advogado de A, verifique o que pode ser feito em sua defesa e,
de forma fundamentada, postule o que for de seu interesse por meio de peça
adequada.
QUESTÃO PRÁTICA
Questão nº 1
O advogado do acusado A, em plenário de julgamento pelo Júri, apesar de
inexistir réplica do promotor, requereu ao juiz que lhe fosse dada a
oportunidade para oferecer tréplica.
Qual a solução a ser adotada? Fundamente.
Questão nº 2
O advogado de João, apesar de regularmente intimado, deixou de oferecer as
razões de apelação que interpusera em favor do acusado em virtude de sua
condenação.
Que deve fazer o juiz? Justifique.
Questão nº 3
Como o artigo 5o, XLII, da Constituição Federal, considera, entre outros, crime
inafiançável e insuscetível de graça ou anistia o terrorismo, tem sido
questionada pela doutrina a previsão do crime de terrorismo entre nós.
Pergunta-se: a) que artigo de lei se refere ao terrorismo como prática
criminosa? b) essa disposição permite afirmar que existe, entre nós, o crime de
terrorismo?
Questão nº 4
Pedro, não-funcionário, ingressou na repartição pública em que João,
funcionário público, seu amigo, trabalha e subtraiu o computador que João,
conforme previamente combinado, deixara sobre a sua mesa. O ingresso se deu no
período noturno, com uso de chave cedida por João.
Pergunta-se: que crimes cometeram Pedro e João? Justifique.