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Durante os últimos anos a América Latina tem enfrentado criticamente as violações dos Direitos Humanos de passados ditatoriais, investigando e resgatando memórias, buscando evitar que tais acontecimentos se repitam. Nesse sentido, lugares que foram cenários dessas violências têm sido preservados por sua importância para a História e para a promoção da Justiça de Transição.

Em São Paulo, um lugar símbolo da repressão e da resistência durante a ditadura é o prédio que abrigou as três Auditorias Militares na avenida Brigadeiro Luiz Antônio 1249. Repressão e institucionalização de um Estado de exceção que violou todas as leis e não reconhecia os diretos dos cidadãos. Mas também resistência, de civis e militares que ousaram enfrentar a violência do regime que tomou o poder em 1964, e que encontravam naquele lugar, além de uma garantia de sobrevivência, um espaço para protestar por meio de seus advogados, que muitas vezes arriscavam sua segurança na busca por justiça em nome dos que lutavam pelo retorno à democracia.

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Por um acordo de parceria assinado em fevereiro de 2014 pela Ordem dos Advogados do Brasil-SP e o Núcleo de Preservação da Memória Política, foi desenvolvido um projeto para a ressignificação e uso cultural do edifício almejando transformar esse espaço num lugar destinado a ser a representação da memória dos advogados e dos ex- presos políticos.

Essas duas categorias frequentaram o prédio na condição de vítimas de um sistema autoritário e desprovido dos mais elementares valores de Justiça. Mesmo em condições as mais adversas, souberam dar um exemplo à sociedade na busca e na defesa dos direitos e valores fundamentais do Homem. A implantação do Memorial da Luta pela Justiça irá converter o prédio das Auditorias Militares em um sítio de consciência e um centro de memória e pesquisa: uma instituição comprometida com a preservação e comunicação das referências patrimoniais correspondentes a essa temática que, além da relevância para a preservação da história do país no período, transforme-se num espaço voltado para a educação em direitos humanos. Terá como escopo fundamental o que se denomina, segundo os conceitos da Justiça de Transição, como Dever da não Repetição ou do Nunca Mais. Visa, portanto, transformá-lo em um lugar onde as novas gerações que não viveram o período ditatorial no Brasil possam, com os olhos voltados para o futuro, perceber de maneira direta e criativa o quanto um regime de desrespeito aos mais elementares valores humanos pode ser temerário para a sociedade.

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