NOTA SOBRE ADVOGADA ASSASSINADA
05/02/2003
NOTA OFICIAL
A advogada Cecília Aparecida Paccini Grassiotto, de 46 anos, morreu hoje (5/2), vítima de um suposto assalto ocorrido ontem em uma agência bancária, na Praça Panamericana, região nobre da Capital paulista. Ela foi assassinada pela bala de um atirador, que feriu também o vigilante. O que mais chocou neste crime foi a facilidade de sua execução. Dentro de um estabelecimento financeiro, onde há guarda de valores, a segurança dos usuários deveria estar garantida.
Diante da banalidade desse crime, a predisposição da sociedade em lutar contra a violência sofre abalos. E passa a predominar uma sensação de anomia e impunidade no lugar da reação. Por isso mesmo, as autoridades não podem se acautelar diante do descumprimento da Lei 7.102, que trata da segurança em estabelecimentos financeiros. Uma agência que não dispõe de amplos dispositivos de segurança deve ter seu funcionamento vedado, pois está colocando vidas em risco. Igual empenho deve ter o Poder Público na investigação e prisão do criminoso.
A violência nas grandes cidades acaba criando um círculo vicioso da tragédia diária, que tendemos a aceitar pacificamente, tornando-nos reféns da delinqüencia sem causa e sem sentido. Por isso, o crime isolado, de uma cidadã anônima, merece ampla indignação da sociedade. As vítimas e seus familiares também merecem justiça e isso não acontece quando o Estado deixa de cumprir seu papel de fiscalizador e fiador da segurança pública.
São Paulo, 5 de fevereiro de 2003
Valter Uzzo
Secretário Geral da OAB SP