DIRETOR DO BAR COUNCIL VISITA OAB E FALA SOBRE POSSIBILIDADE DE CONVÊNIO ENTRE AS ENTIDADES
12/04/2012
“O Bar Council, entidade que congrega advogados, tem muito interesse em firmar parceria com a OAB SP. Nós já recebemos advogados de outros países. Agora mesmo temos advogados chineses em Londres”, contou Singarajah, primeiro brasileiro a se tornar barristor, advogado que só atua nas cortes superiores. No Reino Unido há150 mil advogados e 12 mil barristors.
Durante a visita, o diretor explicou o sistema de trabalho dos advogados britânicos.“A grande diferença na prática de forma jurídica é que os nós, os barristor, não somos os procuradores dos clientes, nós somos um entremeio entre a corte e o cliente, então o solicitor é o procurador diretamente do cliente, ele representa o cliente e nós somos uma extensão da corte. Essa é a principal diferença. Eles fazem toda essa área e até hoje tradicionalmente nós somos proibidos de conduzir litígios, ou seja, não podemos lidar com clientes, gerenciar o dinheiro do cliente, receber o dinheiro e também dar entradas em papéis, assinar petições. Nós não fazemos nada disso. Isso ainda é exclusivo dos solicitors”, explicou Singarajah.
O presidente D´Urso explicou que existem estudos sobre essa divisão no Brasil.“Aqui, esse é um tema que está sendo alvo de interesse. Nós temos um sistema no qual o jovem advogado imediatamente ao sair de uma faculdade ele pode litigar no contencioso e pode também fazer a sustentação oral em qualquer instância, inclusive perante a Suprema Corte. Já se falou em criar mecanismos de contenção devido ao entupimento das vias do Judiciário e a falta do investimento necessário, não só financeiro, mas até de mudança de cultura no que diz respeito às formas alternativas de solução de conflitos”, comentou.
Sobre o intercâmbio de advogados, o presidente D´Urso falou sobre o convênio com a Ordem dos Advogados de Paris.“Temos um acordo de cooperação que leva advogados brasileiros para a França e traz os franceses para São Paulo, onde participam de cursos e estagiam em escritórios brasileiros para conhecer a dinâmica, as cortes e, principalmente, para ter uma visão do Direito brasileiro”, contou.
Sobre ética profissional, Singarajah afirmou que há regras diferentes para solicitors e barritos.Estes últimos devem ser autônomos, proibidos de formar uma associação. “Nós trabalhamos em conjunto em câmaras, dividimos as despesas administrativas, de marketing, mas cada um com sua autonomia. E isso é importante porque nos faz independentes. Dividimos o espaço físico”, disse.
Segundo ele, no Reino Unido são150 mil advogados e 12 mil barristor.
“Para mim, fazer parte de uma instituição que tem quase 800 anos de história, é um privilégio”, finalizou.