Palmeiras entra na Campanha da OAB SP pela paz no futebol
16/03/2014
“O Palmeiras apoia qualquer tipo de iniciativa, seja do Poder Público ou da área privada pela melhoria do futebol e, principalmente, para acabar com a violência desenfreada, absurda a e vergonhosa que acontece no futebol hoje em dia”, disse Nobre.
Marcos da Costa apresentou ao presidente palmeirense as peças da campanha da OAB SP contra a violência no futebol. “A OAB é um palco neutro para esse debate e entendemos que o esporte está vinculado à cidadania. A adesão dos clubes à campanha é fundamental para sinalizar para as bases, mobilizar o torcedor, além de ter um grande simbolismo no sentido de reunir todos em torno de uma mesma bandeira: de defesa da paz nos estádios”, afirmou Costa.
O Secretário-geral adjunto da OAB SP, Antonio Ruiz Filho, disse ser muito importante que um time da grandeza do Palmeiras se alie à OAB SP nessa luta contra a violência do futebol: “Foi muito gratificante constatar que o presidente do Palmeiras tem as mesmas preocupações que a Advocacia e está empenhado nessa importante campanha”.
Certeza de punição
Nobre elogiou o ingresso da OAB SP nesse debate e ressaltou que uma medida necessária para enfrentar a violência nos estádios é a certeza da punibilidade dos torcedores brigões: “Enquanto não houver vontade política para se criar normas, leis e colocá-las em prática, pela qual o torcedor, uniformizado ou não, seja expurgado das arenas quando se comportar de forma violenta, não vejo solução”. Na visão dele, não adianta colocar o torcedor na cadeia, porque não há celas nem para todos criminosos. “Porém, esses torcedores precisam ter algum tipo de punição, a maior delas seria impedi-los de ir aos jogos. É preciso criar normas para isso, especialmente hoje que temos acesso a todas as imagens. Tenho até uma proposta: após o jogo iriam ao estádio para limpar suas dependências e banheiros. Não tenho dúvidas, que a grande maioria iria pensar duas vezes, antes de fazer o que fazem no estádio, espantando os verdadeiros torcedores, que amam o clube e levam a família”, comentou o dirigente palmeirense.
Grandes dificuldades
Paulo Nobre também falou sobre as dificuldades em isolar as organizadas nos estádios como forma de reduzir os confrontos: “O Ministério Público pede que segreguemos os torcedores uniformizados num setor do estádio, onde só eles entrem - e não os seus simpatizantes. Mas a Polícia não permite que façamos isso porque acredita que iria aumentar muito a briga entre facções uniformizadas do mesmo clube. Não adianta nada o MP exigir uma coisa dos clubes se a PM não concordar. Tem de haver uma uniformidade de pedidos. O Poder Público deve assumir a responsabilidade que é dele. Não adianta punir os clubes, quando as torcidas não se comportam bem. Os clubes não têm ingerência sobre as torcidas. Isso querer tapar o sol com a peneira, não coíbe a violência e ainda prejudica o clube, que é a razão de existir do futebol”.
Na avaliação do Diretor-Tesoureiro da OAB SP, Carlos Roberto Fornes Mateucci, a questão da violência nos estádios passa por três fatores: de ordem cultural; de falta de uma efetiva punição propiciada pelo Estado ao torcedores violentes e de perspectiva econômica, lembrando, por exemplo, que o Cruzeiro (MG) não permite o uso do símbolo do clube pelas torcidas organizadas, o que limita os recursos das uniformizadas e seu raio de ação. Nobre comentou sobre as benesses que muitos clubes propiciam às uniformizadas e seus desdobramentos negativos.
Outros dirigentes da OAB SP também fizeram ao presidente do Palmeiras uma série de colocações sobre o papel dos clubes e dos torcedores no enfrentamento à violência no futebol. Participaram do encontro: os Conselheiros Seccionais Edvaldo Mendes da Silva, Lívio Enescu e Luis Roberto Mastromauro; o Presidente da Comissão de Direito Desportivo, Patrick Pavan; o Presidente da Comissão de Cooperativismo, Constantino Salvatore; o Diretor Jurídico do Palmeiras, Alexandre Zanota e os advogados do clube Gilberto Cipullo e Guilherme Pereira.