
Em uma homenagem ao ex-vereador e Co-Fundador e Diretor Emérito do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), Chico Whitaker, a OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) realizou, na última sexta-feira (29), o debate “A importância das Eleições para o Poder Legislativo”, organizado pelas Comissões de Direito Eleitoral, de Liberdade de Imprensa e de Defesa da Democracia e do Estado de Direito da Ordem Paulista. O encontro também contou com a presença do ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Floriano de Azevedo Marques Neto.
Whitaker foi um dos mentores do Projeto de Lei 9840/1999, uma iniciativa popular que visa cassar candidatos que compram votos de eleitores. A iniciativa conseguiu um milhão de assinaturas e, após sete semanas, foi aprovado na Câmara, um feito surpreendente pelo tempo de casa que a bancada tinha. Whitaker pontuou no evento sobre a lógica de pensamento para a compra de votos que deveria ser combatida. “Dinâmica do uso da carência e do desaviso das pessoas mais pobres para comprar o voto delas, em troco de um par de óculos, de uma cesta básica, um saco de cimento”.
Em agradecimento, o ex-vereador mencionou a homenagem feita a sua persistência. “No fundo, nada se faz pela ação individual de uma pessoa, mas sempre por um grupo de pessoas que se reúnem para uma ideia, uma utopia”. O ministro Floriano Marques Neto reforçou ter aprendido a fazer uma “luta política com valores” com Whitaker. Em relação ao tema do debate proposto, Marques Neto enfatizou a importância das eleições para o Legislativo e o atual cenário que o Brasil enfrenta. “O Legislativo tem assumido uma importância crescente e passa a ter uma importância maior ainda. O cenário não é de eleição de um presidente que atraia de maneira densa e coesa uma maioria parlamentar, portanto, a escolha dos representantes do Legislativo é fundamental”.
O ministro também citou como tem sido acompanhar as eleições desde que a internet tomou um protagonismo nas campanhas eleitorais. “A tendência de voto nas pessoas é escolher alguém que conhece, no ambiente em que se informa”, disse, ao mesmo tempo em que destacou a contradição que é a política feita no meio digital. “A política é o contrário de se falar para dentro de uma bolha. A política é a arte de falar para um consenso. E um parlamento fragmentado é absolutamente incapaz de produzir consensos, o que é a antítese da política.