
A Comissão de Direito Digital da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) lançou, nesta segunda-feira (5), a campanha "Nem tudo que viraliza é brincadeira", uma iniciativa que visa conscientizar a sociedade sobre os perigos associados a desafios e conteúdos virais na internet. O alerta surge após a trágica morte da menina Sarah Raíssa, de 8 anos, que participava de um desafio com desodorante divulgado em uma rede social.
A campanha tem forte caráter pedagógico, preventivo e de mobilização social, voltado às famílias, educadores, adolescentes e também à própria advocacia. A proposta é oferecer orientações sobre o uso seguro da internet e fomentar o senso crítico diante de conteúdos que, embora pareçam inofensivos, podem gerar graves consequências. “A OAB SP, por meio desta Comissão, cumpre seu papel institucional de defesa da cidadania digital e dos valores democráticos, convocando a sociedade para o diálogo e a reflexão crítica sobre o que circula nas redes e quem está sendo exposto a isso”, afirma Coriolano Almeida Camargo, presidente da Comissão de Direito Digital.
A iniciativa também se conecta a casos recentes de violência e intolerância organizados em fóruns virtuais, como a investigação sobre um grupo que planejava um atentado contra o público LGBTQIA+ durante um show da cantora Lady Gaga, no Rio de Janeiro. “Os ambientes digitais não são apenas plataformas de entretenimento, são também espaços onde o preconceito, a violência e o extremismo se articulam e se alastram. O que é silencioso na rede, pode ser fatal na realidade. Por isso, a omissão não é uma opção”, alerta.
O presidente da Comissão destaca, ainda, a importância da participação da advocacia no debate. Para ele, a advocacia tem, nesse processo, um papel essencial: contribuir com informação, orientação, elaboração de políticas públicas e com a mediação de conflitos que surgem na nova realidade digital.

