
A OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) lamenta profundamente o falecimento, nesta segunda-feira (27), aos 79 anos, do advogado Sergio Bermudes. Reconhecido como um dos juristas mais respeitados e influentes do país, ele teve papel decisivo na evolução da advocacia brasileira e na defesa da democracia.
Entre suas atuações marcantes está o trabalho na ação movida por Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar em 1975. O caso resultou em uma das primeiras condenações da União pelas torturas e mortes cometidas durante o regime.
Nascido em Cachoeiro de Itapemirim (ES), em 1946, Bermudes fundou em 1969 o escritório Sergio Bermudes Advogados, que hoje tem sedes no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Também teve uma importante trajetória acadêmica: foi professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Na década de 80, destacou-se na esfera civil e na reestruturação de empresas. Integrou ainda, em 1985, a comissão responsável pela revisão do Código de Processo Civil e também exerceu o cargo de juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, destacando-se pela sua competência e contribuições na área jurídica do Brasil.
Para o presidente da Ordem Paulista, Leonardo Sica, Sergio Bermudes foi um dos grandes pilares da advocacia contemporânea brasileira, cuja trajetória uniu excelência técnica, ética e compromisso com a Justiça. “Sua contribuição para o Direito foi inovadora e transformadora, marcada pela defesa intransigente das garantias do Estado Democrático de Direito, dignidade da profissão. Bermudes formou gerações de juristas e inspirou inúmeros advogados e advogadas com seu exemplo de integridade e coragem. Sua partida representa uma perda irreparável para a advocacia e para o país, mas seu legado permanece vivo nas instituições, nas salas de aula e na memória da classe”, afirma Sica.





