Direitos Humanos

23 de maio de 2024 - quinta

‘A participação na vida política não pode ser um sofrimento’, destaca presidente da OAB SP

Em fala sobre violência de gênero e raça, Patricia Vanzolini exalta importância da representatividade feminina, negra e do movimento LGBTQI+

Em sua fala, a presidente da OAB SP falou sobre violência política e enfatizou a pluralidade. Foto: Mateus Sales/OAB SP


Durante participação na IX Conferência Internacional de Direitos Humanos da OAB Nacional, que acontece em Campinas até amanhã (24), a presidente da OAB SP ( Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo), Patricia Vanzolini, destacou a representatividade feminina, negra e do movimento LGBTQI+ na política.

Uma das convidadas do painel que tratou de Gênero e Raça, Vanzolini abordou a violência política e valorizou a pluralidade. “Quando temos pessoas com múltiplas visões e vindas de variadas experiências de vida, o que se produz é mais rico e melhor. O nosso ambiente político de monocultura e de ódio ao que é diferente prejudica que nossa evolução avance na velocidade necessária”, afirmou.

A dirigente da OAB SP também elencou ações da Ordem que visam o combate à desigualdade racial, de inclusão e de diversidade, como a adoção de regras de paridade de gênero (50%) e de equidade racial (mínimo de 30% de advogadas e advogados negros) aplicadas para a formação das listas sêxtuplas.

Além disso, revelou uma parceria, válida para as eleições municipais deste ano, da OAB SP com o Ministério Público e o Ministério Público Eleitoral para receber denúncias de violência política e fraudes nas cotas eleitorais para mulheres. “Através de nossas subseções, vamos encaminhar todas as denúncias para que sejam apuradas e, se confirmadas, para que essas pessoas sejam tiradas do jogo eleitoral e punidas criminalmente”, informou.

Primeira mulher a presidir a OAB em São Paulo, Vanzolini demonstrou sua satisfação em participar do debate ao lado de outras figuras importantes na luta pela igualdade: “Com toda a minha considerável experiência como professora e gestora, este é um dos momentos mais especiais da minha vida. Também um dos mais desafiadores por estar diante de mulheres que falaram com muita inteligência e potência”.

Painel contou com a participação de representantes da sociedade civil que são símbolos de resistência. Foto: Mateus Sales/OAB SP

Resistência

O painel contou ainda com a participação de outras representantes da sociedade civil que são símbolos de resistência na busca pelos direitos humanos. Sob o tema ‘Identidades e Intersecção de Gênero: Luta pelos Direitos da Comunidade LGBTQIA+, a produtora cultural e ativista Ruth Venceremos destacou que a pauta econômica não pode ser o tema central do país, mas que a luta deve ser pelas pessoas e por quem elas são.

Em fala sobre o ‘Protagonismo das Mulheres Indígenas’, a Presidente da Comissão de Amparo e Defesa dos Povos Indígenas da OAB AM, Inory Kanamari, apresentou dados de um estudo que demonstra o aumento da violência contra os povos indígenas e o trabalho realizado pela Comissão para superar desafios e conquistar direitos.

Outra participação emblemática foi de Maíra Vida, Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB BA, que tratou do racismo institucional na trajetória de mulheres negras e expôs a baixa representatividade junto às instituições.

A IX Conferência Internacional de Direitos Humanos da OAB Nacional é realizada entre quinta (23) e sexta-feira (24), no Centro de Convenções Expo D. Pedro, em Campinas. O evento reúne os principais especialistas, entidades governamentais e não governamentais e outras que atuam na defesa dos direitos humanos, com objetivo de discutir a criação de mecanismos concretos para a manutenção e efetivação dos direitos humanos.


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