Na quinta-feira (29), a OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo), por meio da Comissão das Mulheres Advogadas, promoveu o primeiro encontro ‘Elas na OAB SP’, uma iniciativa inédita, que reuniu lideranças femininas com o objetivo de ampliar e fortalecer a equidade de gênero e a presença de mulheres nos espaços de poder. Durante o evento, foram anunciadas duas importantes parcerias: a adesão ao movimento ‘Pula pra 50’, que conta com o apoio da empresária Luiza Trajano e que busca a paridade de gênero em cargos de liderança na política brasileira; e o lançamento do programa ‘Antes que Aconteça’, voltado ao fortalecimento da rede de apoio às mulheres em situação de violência doméstica, com foco na prevenção.
Na abertura, a vice-presidente da OAB SP, Daniela Magalhães, destacou a presença feminina nos espaços de poder e celebrou a composição da mesa como resultado da parceria entre Patricia Vanzolini (conselheira federal por São Paulo e ex-presidente da OAB SP) e Leonardo Sica (presidente da OAB SP), que possibilitou avanços positivos na representatividade das mulheres na Ordem. “Um evento que conta com essa mesa incrível de mulheres que ocupam os espaços de poder não apenas com cadeira, mas com voz e caneta. E, essas conquistas, que nós temos aqui nessa mesa, que é uma mesa de verdade e efetiva, só foram possíveis porque lá atrás um homem e uma mulher se aliaram para que tudo isso fosse possível, que é Patricia Vanzolini e Leonardo Sica”, citou.
Vanzolini falou sobre a importância da união entre homens e mulheres na luta por igualdade, reconhecendo os desafios da liderança feminina e os ataques enfrentados por mulheres em posições de poder. Ressaltou, também, que liderar exige coragem, mas que abrir caminhos para outras mulheres é essencial.
“Nós dois, eu acho que, de alguma forma, somos aqui a personificação de algo muito positivo. Estamos aqui para descobrir o nosso próprio jeito de liderar, e não é fácil para nenhuma mulher, não é fácil para uma ministra, como Marina Silva, que no posto que tem é tratada da forma que foi tratada. Então, sermos pioneiras cobra o preço mas, por outro lado, é muito satisfatório saber que nós não estamos sozinhas”, frisou a conselheira federal, destacando, ainda, a força do apoio e união feminina.
“Isso nos estimula a continuar caminhando, ajudar outras mulheres a passarem por esse caminho, até que ele se abra definitivamente e não haja mais esforço, nem sofrimento. Estamos juntas, somos a resistência e vamos permanecer”.
Impacto positivo
Presidente da OAB SP, Leonardo Sica ressaltou o impacto positivo das lideranças femininas na advocacia paulista, ao afirmar que ambientes liderados por mulheres são mais éticos, diversos e saudáveis. “Pela primeira vez, em 90 anos, esse ambiente, há três anos, se tornou um ambiente governado por mulheres. E eu pude ver, no dia a dia, a construção de um ambiente mais saudável, mais diverso, mais plural, mais tranquilo, mais sereno, mais honesto, mais ético, mais confiável. O quanto a gente melhorou o nível de diálogo, de convivência e de política na OAB, a partir do momento em que o ambiente se tornou um ambiente de governança feminina. E, portanto, eu só posso dizer que eu estou aqui para garantir que esse ambiente assim permaneça, pelo menos enquanto nós estivermos aqui.”
A mesa ainda contou com as presenças da secretária-geral da OAB SP, Adriana Galvão; da secretária-geral adjunta Viviane Scrivani; do tesoureiro Alexandre de Sá Domingues; da conselheira federal Dione Almeida; da presidente da Comissão das Mulheres Advogadas, Maira Recchia; da presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP), Diva Zitto; da diretora da Escola Superior de Advocacia da Ordem paulista(ESA OAB SP), Daniela Libório; da presidente da OABPrev SP, Erica Palma; e da diretora da Escola de Prerrogativas da ESA OAB SP, Roberta Azzone.
Mulheres na liderança
O primeiro painel contou com a presença de lideranças femininas da advocacia nacional: as conselheiras federais Patricia Vanzolini (São Paulo), Claudia Prudêncio (Santa Catarina), Marilena Winter (Paraná) e a primeira presidente eleita da OAB Espírito Santo, Erica Neves. Vanzolini fez um balanço dos avanços da atual gestão na OAB SP, que ampliou, significativamente, a presença feminina em espaços de poder, quebrando padrões anteriores e mostrando que mulheres competentes sempre existiram, mas não ocupavam esses lugares. Já Érica, Claudia e Marilena compartilharam os desafios, conquistas e experiências de suas vidas, avaliaram que cada trajetória inspira e abre caminhos para que mais mulheres ocupem espaços de liderança e promovam mais igualdade de gênero. Avaliaram, ainda, que é muito importante a preparação, o conhecimento, a construção de redes de apoio e a solidariedade entre mulheres.
OAB em números
As vice-presidentes da OAB SP, Daniela Magalhães; Claudia Lopes (OAB AL), Núbia de Paula (OAB MG), Schamkypou Bezerra (OAB PE) e Brenda Araújo (OAB PA) compartilharam experiências e avanços em seus estados. Daniela apresentou dados e reflexões sobre a evolução da equidade de gênero e dos direitos das mulheres na Secional paulista. Traçou um panorama entre o passado e o presente, trazendo informações importantes sobre a diversidade e a equidade de gênero como pilares transversais da atual gestão, além da importância das mulheres ocuparem todos os espaços, públicos e privados, e de não se limitarem apenas à presença simbólica em cargos, mas atuarem com voz ativa e influência.
Foram abordadas, também, as estruturas institucionais, números, a evolução das diretorias e os desafios enfrentados na disputa por espaços de poder, muitas vezes marcados por uma falsa sensação de igualdade. Essas ações se somam aos compromissos já assumidos pela OAB SP desde 2022, quando a diversidade e a equidade de gênero foram instituídas como pilares transversais da gestão.