Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

19 de maio de 2025 - segunda

‘Apesar de’: documentário sobre violência sexual na infância emociona e mobiliza participantes de debate na OAB SP

Iniciativa reforça urgência de propor estratégias de enfrentamento


Na última sexta-feira (16), a OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) promoveu o evento “Vozes Silenciadas – Como Construir Caminhos para Superar a Violência Sexual na Infância e Adolescência”, em sua sede. A iniciativa antecedeu o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado no sábado (18), e teve como objetivo ampliar o debate sobre o tema.

A programação contou com a exibição do documentário “Apesar de” e uma mesa de debate com especialistas. O evento foi organizado pelas Comissões de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, de Advocacia de Família e Sucessões, de Direito do Terceiro Setor e das Mulheres Advogadas, e reforça a urgência de propor estratégias efetivas de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.

“Temos um desafio muito grande, no contexto em que a violência contra eles, especialmente no campo sexual, cresce de maneira muito significativa. Na última semana, o Atlas da Violência foi divulgado, e ele mostra que mais de 40% das meninas, em uma faixa de 10 a 14 anos, já experimentou violência sexual” reforçou a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB SP, Thais Dantas.

A presidente da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB SP, Laís Vanessa Carvalho de Figueirêdo Lopes, destacou o fortalecimento da rede e a promoção de ações mais integradas: “A importância das campanhas, dos atendimentos, da identificação dessa violência e dos cuidados que temos que fazer, é bastante importante. Essa rede precisa ser também financiada, do ponto de vista da regulação do Terceiro Setor, e estamos sempre trabalhando com esse olhar”, finalizou.

Maíra Recchia, presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB SP, destacou  a prevenção desses abusos, que acontecem principalmente em ambientes familiares: “Que bom que temos vozes ecoando no combate à essa violência. É muito triste constatar que o lugar mais perigoso para crianças, mulheres e adolescentes, é dentro de casa, e que acaba sendo um lugar de tortura, um lugar de sofrimento.”

A mesa de debate ainda reuniu Georgia Bergamim, artista e a protagonista do filme; a presidente do Instituto Liberta, professora da PUC-SP e presidente da Comissão de Direito Constitucional da OAB SP, Luciana Temer; a vereadora Ana Carolina Oliveira; a diretora do documentário “Apesar de”, Beatriz Prates; a diretora executiva da Childhood Brasil, Laís Peretto;e  a pedagoga e diretora executiva da Oxfam Brasil, Viviana Santiago. A mediação foi feita pela jornalista Amanda Costa.

O filme exibido trouxe um olhar mais humanizado e sensível, contribuindo para o acolhimento das vítimas. Sua campanha de impacto está propondo um diálogo com profissionais da saúde, assistência social e educação como forma de romper bolhas e promover ações mais integradas. 


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